Olá, amigos imaginários, fantasmas, e internautas errantes que, por ventura, podem ter caído de gaiato aqui nessa Viagem Sintética. Meu nome é Haig Artur Berberian Júnior, mais conhecido como Haig Jr, ou Zé Bokinha, ou Gordo, ou Mr. Gordon, ou Gordinho, ou até mesmo Gordilhos – e todas as variações possíveis dessa minha condição gordurosa. Não é um nome famoso, nem tampouco reconhecido, a não ser no pequeno meio social que chamo de meu habitat, não variando muito além de Escola, Universidade, Igreja e, é claro, eventuais lojas de discos que essa cidade ainda pode me oferecer. A grande verdade é que se trata de um nome até imponente que, porém, rotula um cara comum, torturado pela condição de medíocre – apesar de ser bajulado por uns – e, ao mesmo tempo, confortado por ter algo, mesmo que pequeno, de especial – apesar de ser odiado por outros.
E aqui no Viagem, amigos não-leitores, esse cidadão comum encontrou uma terra amiga, habitada por certo caboco que, por mais diferente que seja da minha pessoa, passa por situações e padece de algumas angústias bem similares. Influenciado pelo constante ato de vomitar pensamentos pessoais em nossas cabeças, hábito de Mr. Delki8, estou eu aqui também, a fim de abrir um pouco meu controverso, comum e medíocre âmago diante de milhões de usuários da Internet – ainda ignorantes a respeito da existência desse simpático espaço virtual. Aliás, acho que boa parte do charme do blog está exatamente nesse caráter solitário e abandonado, como o diário de uma pessoa anônima, achado e folheado por outro cara igualmente anônimo. E assim, os problemas e pensamentos comuns e distintos ao mesmo tempo, encontram uma outra mente para compartilhar tudo isso – eu iria, ao invés de mente, escrever coração, mas isso seria contra minha síndrome de racionalidade crônica.
Quem me conhece de vista tem na mente o velho gordo (outrora) cabeludo, estranho, extremo – seja pendendo para a hiperatividade ou para a “hipoatividade” – e inconveniente. Ao mesmo tempo que posso ser um cara gente boa e comunicativo para alguns, para outros não passo de um anti-social anti-pático. Afinal, sempre fui contra os páticos mesmo... Taí outra característica: trocadilhos infames e cansativos, às vezes até engraçados, sempre estúpidos. E essa casca toda de cara despojado e maluco, metido a engraçado, é a couraça perfeita, permitindo facilmente conclusões superficiais e óbvias de que se trata de um cara superficial e óbvio. Tanto é que poucas pessoas se dispõem a ter comigo qualquer tipo de diálogo mais sério, ou eventuais confidências. Sou o Gordo, o Gordo idiota. E, pra falar a verdade, eu amo essa fama de Gordo idiota, e até concordo que ser subestimado pode ser benéfico, mas sinto falta, às vezes de algo mais.
Ah, outra coisa importante: muitos me julgam grande entendido de música, coisa que não sou. E não sou mesmo. Às vezes até eu acho que sim, mas depois me lembro que não. Só sei que me relacionam muito à musica e, de fato, é a maior criação de Deus, na minha opinião. É o que eu respiro, sobre o que eu falo, motivo de amizades, motivo para discussões acaloradas – que antigamente eram ainda mais acalorada, antes que eu fosse dominado pelo pensamento “mas, peraí, por quê o que EU gosto é bom?”, mas isso é assunto para um post inteiro. E, acredite, eu não media minhas palavras ao condenar o axé e a burrice de quem o ouvia, e nisso tinha prazer. Infelizmente, a vida ficou muito sem graça depois que eu comecei a discordar de mim mesmo. E NÃO, EU NÃO PASSEI A OUVIR AXÉ!
É justamente sobre algo relacionado a isso que me chamou a atenção nesse blog – entre várias outras coisas. Um post interessante do Delki dizia “Eu sou mais do que o jogo que jogo, mais que o filme que vejo, mais que o livro que leio” – não exatamente com essas palavras. E então eu pensei “Eu sou muito mais do que a música que ouço! Ops, sou? Será mesmo?”. O quão profundo sou eu realmente, amado e fictício leitor? Será que para ter assunto com meus amigos eu terei que jogar o RPG da vez? Terei que acompanhar os campeonatos Goianão e Brasileirão? Ler “O Senhor dos Anéis”? Tomar gosto por baralho? Às vezes eu me pergunto o que posso compartilhar com os outros e o que posso compartilhar comigo mesmo além de tão repetido assunto. Porque se você gosta de Calypso, Jota Quest e Britney Spears e assiste High School Musical, você tem um circulo de amizades X. Se você se arrepia ouvindo A Barca do Sol, Gênesis, Arti & Mestieri e fica vigiando na revista da TV a cabo para ver se vai passar “Santos Justiceiros”, esse circulo cai para 0,00X. Então não dá pra se limitar a um só interesse. E se você se limitar? Sobrarão sempre as gostosas piadinhas e o papo descontraído. E se você quiser ser mais que isso? Mais que o Gordo piadista que fala de música? Cala a boca. Você já está querendo demais!
Eu tenho vontade de ser realmente muito bom em alguma coisa! Ah, que inveja dos artistas – citando Delki mais uma vez. Porque eu não sou um artista. “Por que você não faz musica, Haig?”, me perguntam. Eu? Eu, que mal toco as musicas de minha própria autoria? Pfff... Dá um tempo. Isso é um pouco aterrorizante: tocar guitarra, mas não ser bom o suficiente para ser musico; escrever, mas não bem o suficiente para ser jornalista; ser criativo, mas sem o gás necessário para ser um bom publicitário. Eu sou no máximo metido. Tenho, no máximo, certa pose, um ar cult. Bom mesmo, e completo, isso eu não sou. Meu pai, um excelente mecânico e piloto, cheio de iniciativas e de fibra; meu tio Eibe, um poço de conhecimento na área; meu primo Abrão, grande visão comercial. E eu? Serei sempre apenas o filho do Haig, ali, quebrando um galho? Outro dia meu pai tava me falando de um ótimo profissional cujo filho, atuando na mesma área, é péssimo. Claro que eu pensei em mim, de cara. Mediocridade. Palavra amarga...
Bom, eu realmente gosto muito de me queixar – e me queixo até demais –, mas vou ficando por aqui, mesmo que com algo mais a dizer. Talvez, quem sabe, em outra oportunidade. Ah, e se o Delki permitir, já vou fazendo um jabá: http://joaolemmos.blogspot.com/ . Eu acho que ninguém vai se surpreender ao se deparar com o assunto tratado por mim – na verdade por meu alter-ego João Lemmos – no blog em questão.
Acho que é só.
E aqui no Viagem, amigos não-leitores, esse cidadão comum encontrou uma terra amiga, habitada por certo caboco que, por mais diferente que seja da minha pessoa, passa por situações e padece de algumas angústias bem similares. Influenciado pelo constante ato de vomitar pensamentos pessoais em nossas cabeças, hábito de Mr. Delki8, estou eu aqui também, a fim de abrir um pouco meu controverso, comum e medíocre âmago diante de milhões de usuários da Internet – ainda ignorantes a respeito da existência desse simpático espaço virtual. Aliás, acho que boa parte do charme do blog está exatamente nesse caráter solitário e abandonado, como o diário de uma pessoa anônima, achado e folheado por outro cara igualmente anônimo. E assim, os problemas e pensamentos comuns e distintos ao mesmo tempo, encontram uma outra mente para compartilhar tudo isso – eu iria, ao invés de mente, escrever coração, mas isso seria contra minha síndrome de racionalidade crônica.
Quem me conhece de vista tem na mente o velho gordo (outrora) cabeludo, estranho, extremo – seja pendendo para a hiperatividade ou para a “hipoatividade” – e inconveniente. Ao mesmo tempo que posso ser um cara gente boa e comunicativo para alguns, para outros não passo de um anti-social anti-pático. Afinal, sempre fui contra os páticos mesmo... Taí outra característica: trocadilhos infames e cansativos, às vezes até engraçados, sempre estúpidos. E essa casca toda de cara despojado e maluco, metido a engraçado, é a couraça perfeita, permitindo facilmente conclusões superficiais e óbvias de que se trata de um cara superficial e óbvio. Tanto é que poucas pessoas se dispõem a ter comigo qualquer tipo de diálogo mais sério, ou eventuais confidências. Sou o Gordo, o Gordo idiota. E, pra falar a verdade, eu amo essa fama de Gordo idiota, e até concordo que ser subestimado pode ser benéfico, mas sinto falta, às vezes de algo mais.
Ah, outra coisa importante: muitos me julgam grande entendido de música, coisa que não sou. E não sou mesmo. Às vezes até eu acho que sim, mas depois me lembro que não. Só sei que me relacionam muito à musica e, de fato, é a maior criação de Deus, na minha opinião. É o que eu respiro, sobre o que eu falo, motivo de amizades, motivo para discussões acaloradas – que antigamente eram ainda mais acalorada, antes que eu fosse dominado pelo pensamento “mas, peraí, por quê o que EU gosto é bom?”, mas isso é assunto para um post inteiro. E, acredite, eu não media minhas palavras ao condenar o axé e a burrice de quem o ouvia, e nisso tinha prazer. Infelizmente, a vida ficou muito sem graça depois que eu comecei a discordar de mim mesmo. E NÃO, EU NÃO PASSEI A OUVIR AXÉ!
É justamente sobre algo relacionado a isso que me chamou a atenção nesse blog – entre várias outras coisas. Um post interessante do Delki dizia “Eu sou mais do que o jogo que jogo, mais que o filme que vejo, mais que o livro que leio” – não exatamente com essas palavras. E então eu pensei “Eu sou muito mais do que a música que ouço! Ops, sou? Será mesmo?”. O quão profundo sou eu realmente, amado e fictício leitor? Será que para ter assunto com meus amigos eu terei que jogar o RPG da vez? Terei que acompanhar os campeonatos Goianão e Brasileirão? Ler “O Senhor dos Anéis”? Tomar gosto por baralho? Às vezes eu me pergunto o que posso compartilhar com os outros e o que posso compartilhar comigo mesmo além de tão repetido assunto. Porque se você gosta de Calypso, Jota Quest e Britney Spears e assiste High School Musical, você tem um circulo de amizades X. Se você se arrepia ouvindo A Barca do Sol, Gênesis, Arti & Mestieri e fica vigiando na revista da TV a cabo para ver se vai passar “Santos Justiceiros”, esse circulo cai para 0,00X. Então não dá pra se limitar a um só interesse. E se você se limitar? Sobrarão sempre as gostosas piadinhas e o papo descontraído. E se você quiser ser mais que isso? Mais que o Gordo piadista que fala de música? Cala a boca. Você já está querendo demais!
Eu tenho vontade de ser realmente muito bom em alguma coisa! Ah, que inveja dos artistas – citando Delki mais uma vez. Porque eu não sou um artista. “Por que você não faz musica, Haig?”, me perguntam. Eu? Eu, que mal toco as musicas de minha própria autoria? Pfff... Dá um tempo. Isso é um pouco aterrorizante: tocar guitarra, mas não ser bom o suficiente para ser musico; escrever, mas não bem o suficiente para ser jornalista; ser criativo, mas sem o gás necessário para ser um bom publicitário. Eu sou no máximo metido. Tenho, no máximo, certa pose, um ar cult. Bom mesmo, e completo, isso eu não sou. Meu pai, um excelente mecânico e piloto, cheio de iniciativas e de fibra; meu tio Eibe, um poço de conhecimento na área; meu primo Abrão, grande visão comercial. E eu? Serei sempre apenas o filho do Haig, ali, quebrando um galho? Outro dia meu pai tava me falando de um ótimo profissional cujo filho, atuando na mesma área, é péssimo. Claro que eu pensei em mim, de cara. Mediocridade. Palavra amarga...
Bom, eu realmente gosto muito de me queixar – e me queixo até demais –, mas vou ficando por aqui, mesmo que com algo mais a dizer. Talvez, quem sabe, em outra oportunidade. Ah, e se o Delki permitir, já vou fazendo um jabá: http://joaolemmos.blogspot.com/ . Eu acho que ninguém vai se surpreender ao se deparar com o assunto tratado por mim – na verdade por meu alter-ego João Lemmos – no blog em questão.
Acho que é só.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGordo, fico muito massa o texto, valeu a apresentação e aos poucos vai me animando mais pra chamar o Plínio de novo, sairia um bom podcast eu acho =
ResponderExcluirBom deveras!
ResponderExcluirTem mais é que juntar a galera mermo!
(in)felizmente, vou ter que me juntar ao grupo dos "muitos que te julgam um grande entendido de música". não sei com quem vc se compara mas, pelo pouco que já presenciei, vc manda mt bem: pesquisa e comenta sobre uma variedade de bandas e toca muito. vc já é um excelente multi-instrumentista. vc deve estar querendo se comparar (agora, bem no começo da sua fase adulta) com os grandes e velhos dinossauros. assim é covardia...
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