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Mostrando postagens de março, 2010

Aconteceu em Goiânia

Experiência interessante eu tive ontem após o término do culto, à noite. Ao sair da igreja para o tradicional role dominical, tive uma experiência bem divertida que poderia ter sido trágica. Ainda bem que a bênção do pastor Milton fez efeito. Estava eu, lépido e fagueiro, carregando no Fox de minha mãe – pobrezinha – duas amigas e o mala do meu irmão. Subia o anel interno da rua 82 e, ao fazer a conversão para a rua 84, fui surpreendido por um veículo que furava, diligentemente, o sinal do anel externo. Eis que o impacto foi magnífico. Naquele momento meu estado de consciência foi alterado, e a única coisa que pude ouvir – após o grito uníssono das donzelas no banco de trás – foi a música do Peão da Casa Própria e a voz de Silvio Santos, como um ser cósmico do além, repetindo animadamente “Girando, girando!”. Sim, em um segundo eu e meus comparsas nos tornamos a única alternativa de assunto dos bêbados alternativos do Bar 84 e dos candangos do posto de gasolina. Vi, no outro carro, um

Magno post mortem

Quero um "The Best Of” post mortem E que cantem meus melhores momentos Em meu momento derradeiro Editem minha vida com esmero Glamurizem minha angústia Reflitam sobre os conflitos Construam uma lenda, um mito Escondam o que foi mal-feito e pobre Mas não tudo, para não perder-se o charme Riam, complacentes, da minha indolência Chamem de cautela minha covardia De racionalidade, minha frieza Canonizem minhas piadas, meus atos Como num templo Como num teatro Ensaiem aforismos para cada pá-de-terra Façam com que eu seja, finalmente, um Grande Homem póstumo E que meus vermes pensem que estão comendo carne nobre Que assim seja E se repita Saecula saeculorum

Vivo ao Vivo

Há não muito tempo atrás eu li esse post bem pessoal no gizmodo, em que o autor denegria os malucos que passam shows inteiros tentando segurar bem forte a camera pra pegar a "foto perfeita" ou o "video impecável" e acabam perdendo o show em sua essência, eu comecei a pensar em onde aquele video iria parar(vocêtubo) e isso me fez lembrar duma entrevista que eu tava assistindo na globonews com a ex-cepcional banda Coldplay, em que Chris Martin, vocalista, comentava como era desmotivante ver seus conteúdos pirateados e que isso desmotivava muito vários artistas de continuarem produzindo. Meu ponto não é levantar nem uma bandeira nem outra, meu ponto é pensar em como nós acabamos por nos contentar com pouco, depois da web 2.0 e principalmente do youtube em que a produção de conteúdo amador é massiva, as pessoas começaram a se contentar com muito pouco para seu próprio divertimento. Assistir um vídeo ao vivo de uma música mais ou menos filmado pela medíocre câmera de um

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Quero manchar o papel em branco Manchá-lo em preto Com algum reclame, algum esporro Algum romance, ou nonsense com sentido Quero manchá-lo com a mão De forma rude De forma que se forme uma semi-vida Vinda de mim Quero espremer minha cabeça Para que escorra seu caldo grosso Ou alguma frase antiga De uma canção esdrúxula Vou esfregar minha cara E tatuar meu rosto Nesse papel débil e tosco E expor a porcos que apreciem o novo estado de arte

Noite no teatro

A cadeira de expectador me prende como uma cadeira de rodas. Antes fosse uma cadeira de rodas, móvel e impetuosa. Meu assento almofadado é tão estático quanto os olhos úmidos da platéia. A arte, a vida e o movimento interpretam a si mesmos no palco, e somente a arte de observar a tudo, quieto e pálido, executa-se por meio de minha alma trêmula. Cabe a mim invejar o artista, rei e mago do teatro, cujo teto são estrelas místicas e a bruma amórfica seu chão. Entra a cantora com suas pernas cálidas, voz e saia de veludo e lábios elásticos. Pareço flutuar em uma clave de sol, subindo meio tom a cada nota sustenida, movendo-me, sem rumo, ao som de semifusas. Minha consciência anula-se, como se ébria, e címbalos dourados com seu som de éter espalham-se no ar numa cadeia cíclica. Minha pele se enrubesce e responde à magnética melodia com um arrepio – cada pêlo se faz também platéia, aplaudindo de pé ao espetáculo onírico. E a lua dança no céu de ébano. Afasta-se de mim tod

@Henriquewest

Eu não sei de quando está datada a minha última postagem, mas eu sei que tem alguns meses. De lá pra ca eu ja recebi e mandei uma mensagem para o futureme.org e comecei a namorar uma moça linda. Tem gente que diz que eu parei de escrever porque o namoro começou e agora eu to feliz e não preciso mais escrever sobre meus pensamentos; em grande parte diria que isso é verdade, tem muita coisa que eu nao escrevo mais e espero nao escrever mais sobre várias coisas, mas tem muita coisa que passa na cabeça de um pobre velho pédico e é sobre isso que eu quero falar. Entre umas e outras, boas e más conversas e uma recente depressão que provavelmente é fruto de um problema clínico, eu acabei nao escrevendo nada aqui, em todo caso o viagemsintetica é um bom blog que tem alguns leitores que gostam das coisas que a gente escreve, e eu quero falar entre outras coisas sobre a conversa que eu tava tendo com o @henriquewest agorinha. Ele ta grilado por causa de como as pessoas próximas a ele soltam ver